Fostes humilde como as folhas de relva
Estas que se curvam ao furor do vento.
Mas não te quebraste diante das injustiças
Nem te deixaste pisar
Pois, por mais que tentassem,
Não conseguiriam encostar em alguém
Cujos passos se erguem aos céus.
Fostes uma alma cheia de luz
Paralisaste de tanto amor
E se eternizaste como tem que ser
Com quem vive como irmão
No íntimo e na Terra.
És lembrado ainda hoje
Mesmo morto, mesmo ao pó
Pois deixaste tua parte mais viva
E mais intensa.
As tuas folhas de relva não secam e
Não perecem ao sabor do tempo.
Ao contrário, elas ganham força
E espalham-se na diversidade de interpretações
Dos tantos admiradores que
Ousam ler a tua alma.
Tu não nasceste de um ventre qualquer…
És filho dessas folhas
Tua vida começou ali.
E depois vibrou tuas canções
Aos tantos capitães que te habitaram
E que agora descansam
No abraço da relva
Que tanto te fez feliz.