Folhas de Relva – À Walt Whitman por Lya Gram

Fostes humilde como as folhas de relva

Estas que se curvam ao furor do vento.

Mas não te quebraste diante das injustiças

Nem te deixaste pisar

Pois, por mais que tentassem,

Não conseguiriam encostar em alguém

Cujos passos se erguem aos céus.

Fostes uma alma cheia de luz

Paralisaste de tanto amor

E se eternizaste como tem que ser

Com quem vive como irmão

No íntimo e na Terra.

És lembrado ainda hoje

Mesmo morto, mesmo ao pó

Pois deixaste tua parte mais viva

E mais intensa.

As tuas folhas de relva não secam e

Não perecem ao sabor do tempo.

Ao contrário, elas ganham força

E espalham-se na diversidade de interpretações

Dos tantos admiradores que

Ousam ler a tua alma.

Tu não nasceste de um ventre qualquer…

És filho dessas folhas

Tua vida começou ali.

E depois vibrou tuas canções

Aos tantos capitães que te habitaram

E que agora descansam

No abraço da relva

Que tanto te fez feliz.

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